sábado, 8 de setembro de 2012

Soneto de despedida - II

Ela matou o amor em si, profundamenteE não restando sequer uma semente
Cresce ardor ao sol e lua, inclemente
Voltou a dor do amor a ti, bem lentamente.

Então o tempo passou sem ter esperança
E não há chuva, ou som, ou haver tua dança
Estando tu e eu sem par, descompasso a parteNós em desarranjo tal, sem conjunto ou arte.

A sós, ainda que vivêssemos mil solstícios,
Há pedaços de virtude em cada vício,O nosso fim segue tal qual fosse início.

Vivemos os anos, nem uma centena
nosso amor luta, resiste as duras penasao sentir amada, sem cantilenas.

09/set/2012

domingo, 26 de agosto de 2012

Fugir para frente

Relativity 1953 Lithograph Escher

Caminhando

Na vida só se está perdido
Quando se teima em recuar
Não há derrotado, ou abatido
Enquanto há forças para lutar

É preciso fugir para frente
mesmo sem planos em mente.
Há um mapa para se encontrar
se há um sonho, a respirar.


Então

Nos olhos de uma criança
O futuro é nebuloso, e incerto
Os dias passam em uma dança
em um destino distante, e perto

Cada presente um sentido
Em que se possa caminhar.
Cada momento, dê ouvido
Ao que se está a passar

Veja

Sempre há o que aprender
Mas não há manuais a seguir.
Há sempre que se escolher
Para onde se deseja ir.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Just watch the show


The machine is connected to lie
How can speak without spying?
Lied as instinct, before thinking
Sweet look became evil eye.

Many masks. And she faceless
Many smiles. And she graceless
A sand castle or house of cards
Fleeting beauty, mind retarded.

Chained into words fragile
Caged birds, before agile
To tell the truth unbearable:

— Time passed. Is irreparable!

A draft of living dead
Just watch the show.


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**
Basta ver o show**

A máquina ligada para mentir
Não consegue falar sem espiar?
Mente por instinto, antes de pensar
O doce olhar virou mau olhado.

Muitas máscaras. E ela sem rosto
Muitos sorrisos. E ela sem graça
Um castelo de areia ou de cartas
A beleza fugaz, a mente retardada.

Acorrentada em palavras frágeis
Aves em gaiolas, antes ágeis.
Ao dizer a verdade insuportável:
— O tempo passou. É irreparável!

Um projeto de mortos-vivos
Basta ver o show.