sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Redenção

Tenho que encontrar sangue no meu álcool
Tenho que encontrar o mangue em meu mar
Tenho que encontrar o sagrado nesse altar
Tenho que encontrar a África em Gibraltar

Por todo o mal sagrado, e ainda amado
Tenho que encontrar o doce nesse amargo
Junto, encontrar o sangue em meu mangue
E que, por dentro, se destrói, constrói

Então que venha a mim, mundo sem fim
Felicidade em tudo, e um fim sem mundo
Ou significado, essa mandala, desobediência
Por que vivo sem nexo, essa existência

Por tudo que é de acerto, peço clemência
Por tudo que é de errado, essa existência
Por tudo que é de incerto, e sem decência
Então salvo em prantos, nessa demência

Cordas em atraso, relógio em forca, tolo
E o tempo busca o afago, nesse fado
Carrego em tudo em mim, eterno fardo
E dê-me, por tudo em fim, nada de mim

sexta-feira, 3 de junho de 2011

terça-feira, 19 de abril de 2011

Caminhando

Caminhe, tempo nosso
E segure nossas mãos
Dançemos lentamente
Sendo luz na escuridão

Depois de tantos nãos
Caminhando eu posso
Sigo vivo, não lamento
Nas trevas, um trovão

Nessa terra, nesse chão
Nesse sonho uma ilusão
E na arte uma verdade
Na paisagem de mentira

Que desperta minha ira
E apura a minha mira
E só atiça meu desejo
Faço lista de despejo

Caminho, e ando atento
Uma dor e um tormento
No anestésico momento
Um carinho e um alento

Vago, vagas, vagueando
Vôo, e o mar esvaziando
Um vazio sem tamanho
Na praia, vou andando